O tempo passa cheio de silêncio,
e dentro desse silêncio tanto sentimento há, em mim.
O coração reclama coisas
que as palavras não conseguem exprimir.
E esse reclamar nem com revolta é,
é com uma tristeza... que me faz parar no tempo,
lamentar, e suspirar.
Ele reclama como quem pasma em face de uma decepção da vida.
E eu que sempre me defendo, mas que sempre
sou vencida, me sinto derrotada
pela minha sentimentalidade.
Mania de sempre sentir como se fosse a primeira vez!
Ou seria como se fosse a última?
O lado ruim do querer é ter que desquerer
o que tanto se quer.
Como esquecer quando não se aceita essa necessidade?
Se desde há muito não deixei de te querer,
nem um pouquinho sequer. Tem sido como sempre foi.
É até maldade desfazer de um querer assim!
Eu por achar que mereço você, e pela primeira vez
achar que alguém merece a mim.
Entrego a memória ao tempo,
mas sempre torço para que eu não precise mesmo
te esquecer.
Mas como para o Tempo eu não tenho querer...
Resigno-me, e só espero
para assistir você viver com outra,
a vida que eu sonhei viver com você.
Talvez se eu pudesse ver o que há a minha frente,
não olhasse tanto para trás,
te mantendo,
ainda que insistentemente,
no meu presente.
É difícil estar pronto pr'o que não há de ser.
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