sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sobre esses dias...

Ah, há dias como esses... em que a confusão do mundo infiltra no corpo e faz tudo parecer perdido. É uma solidão aguda mais um desejo de não pertencer, cabe sim a contradição. Sempre passo por esses momentos, infelizmente tão sempre que pressinto quando eles vêm. Depois do auge do clímax da vida, em que tudo parece o ponto alto da realização, vem o desfecho: tudo descarrila. É uma falta de razão de ser e existir. É um desejo reincidente de querer sumir. E você sabe como. Não se pode falar em morte, mas penso que falar sobre pode resignificar a vida. Deus é uma consciência para mim, é real, indubitavelmente presente. Mas às vezes gostaria de não ter essa certeza. Percebe a gravidade do que eu escrevo? Só Deus me mantém em vida. Sei que fases passam, mas a certeza de que voltam... essas voltas fazem [qualquer um?] cansar. É tão consciente a fé, a esperança, o movimento de mudança, engrenagem dos dias bons; mas que na pausa para respirar somem ou simplesmente não dão conta. Eu queria ter a escolha. Só me resta esperar começar a subir, de novo, essa montanha-russa que é o meu interior, rumo ao cume do prazer vital, e à descida crucial logo em seguida. Hoje é dia de escrever.