segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Sobre o desejo de dar...

Quando me apaixonei, perdi a cabeça,
deu branco
no antes, durante e depois de o encontrar.
Era um desejo de força nova, nervoso,
mas gostoso.

Julgaram que toda aquela euforia era porque eu queria dar,
e que eu encontraria outro alguém pra isso, melhor até.
Eu não entendia, e eu não tinha jeito.
Às vezes, a gente se perde em meio a novidade.
Não soube lidar.

Mas era verdade que eu queria dar!
Dar tudo: corpo, alma e coração.
Dar o amor, o carinho, o cuidado e a proteção.
Dar tudo, enfim, que antes eu não tinha tido o desejo, 
assim quente e latejante, de dar a alguém.

Que esse desejo viva sempre
e como um rio, possa um dia, encontrar seu mar. 

[28 de dezembro de 2015]

sábado, 26 de dezembro de 2015

Sobre o verão...

Você é a estação mais quente
cor, calor e luz sem fim...
Você é um eterno verão pra mim.


[09 de dezembro de 2015]

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

Sobre o silêncio...

Eis que agora o teu silêncio não me faz gritar por dentro.
A tua indiferença não me faz querer valor.
Passou.

[29 de setembro de 2015]

Sobre a luz...

O sorriso era como sol 
em dia de chuva
que aparece quase nada
mas que ilumina mesmo assim.

[21 de outubro de 2015]

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sobre a falta...

fora a logicidade
apenas sinto falta de estar contigo
de te sentir por perto
de olhar teu rosto
de traços fortes
e suaves
teus olhos distantes e brandos
ao mesmo tempo agitados e graves
tua boca sempre grande, atraente e doce.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sobre o florescer...

Se a César o que é de César
a você o que é para ser:
gratidão
por ter regado este canteiro
fazendo minha vida 
florescer
o ser
Nunca é tarde quando é a tempo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Sobre o que vem...

E do nada o cheiro vem
o gosto vem
o desejo vem.

Desejo que esse vir se vá.

Sobre o não saber...

Pobre de ti, que não sabias o que é amor
que te deixaste iludir a si
vendo num aceno um "vem comigo"
e indo sem perguntar para onde 
ou até quando
continuando a seguir...
sozinho.

Pobre de ti digo para mim.

[17 de setembro de 2015]

Sobre a esperança... [3]

Ah, esperança...
Dentre tudo o que se sente
és o que parece ser a única coisa
que se sente inevitavelmente. 

[19 de setembro de 2015]

sábado, 5 de setembro de 2015

Sobre a dor...

Quanto se perde ao se achar em si
em si e somente em si?
Quanto se ganha ao se perder?

Talvez preciso seja
guardar a própria dor no bolso,
e inclinar-se ao outro.


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sobre o sentir...

Como uma fogueira
que estala raro por perder força
o que sinto aos poucos vai se apagando
sem pressa, a fagulhar cada vez menos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sobre o to be...

Sossegue que nada é 
tudo apenas está
no devido lugar
no tempo [in]certo
dentro do [im]possível.

Sossegue, nem tudo é
pra já
pr'um dia 
pra sempre
ou nunca mais.

domingo, 16 de agosto de 2015

Sobre agosto...

Se agosto é o mês dos ventos
que ele sopre pra longe
esses pensamentos
desgostosos
e traga outros
Ah[meu]gosto!

[16 de agosto de 2015]

sábado, 1 de agosto de 2015

Sobre o toque...

Frequentemente 
tenho vontade de esticar o braço 
e com os dedos 
tocar você.
Mas pra quê?
Se o toque 
só quem sentiria seria eu...

(25 de julho de 2015)

Sobre a pétala...

A cada dia passado
uma pétala a menos
da flor que eu tinha
pra te dar.
Deixarei
até o talo secar.

(01 de agosto de 2015)

sábado, 25 de julho de 2015

Poema-prelúdio...

Findando um quarto de um século...
um ciclo a se fechar...
tanto prestes a aprender...
resignificar...
redimensionar...
reconsiderar...
realinhar o contorno da própria vida
estendendo ali, cortando aqui.

Chego a pensar que tem sido tudo de uma vez
chego a desejar a ignorância de outrora
porque o conhecimento de agora dói.

Mas...
a fé é mais!

Sei que mesmo no deserto sempre haverá o maná
e que depois do deserto vem o manancial de boas coisas:
resultado do que se viveu, percebeu e aprendeu
e sobretudo, venceu.
Vitória sobre o próprio eu:
expandindo o olhar e o pensamento
pr'aquilo que vai além:
do que eu posso ver.

sábado, 11 de julho de 2015

Sobre o falar...

Te falo do que sinto
porque são coisas tão bonitas...
que talvez você se deixe encantar
com a beleza do que você mesmo
é capaz de despertar.

(10 de julho de 2015)

terça-feira, 7 de julho de 2015

Sobre a paixão...

Ao se apaixonar primeiro é o prazer
prazer prazer
Depois uma roda gigante de emoções 
oscilando entre o bem ou mal querer
Quando a montanha-russa desce enfim
se for pro sim: a paz do amor
se for pro não: libertação.

(07 de julho de 2015)

Sobre o confiar...

Confiar dever ser isso:
ter vontade de insistir
persistir
mas respirar fundo
e optar por esperar
acontecer
aquilo que deve ser.

(07 de julho de 2015)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Sobre a saudade...

Tenho saudades das loucuras
que fizemos juntos
Os encontros às escondidas
na casa dos meus pais
Os encontros nos dias de chuva...

(02 de abril de 2015)

Sobre o [in]segurar...

Insegura
tudo isso que te impede de se mover
que te paralisa e pisa em você
boicotando o teu viver
no exato agora que único é.

Insegura esse muro a te envolver
e abre mão disso que só faz te prender
num disco
arranhado
pura repetição.

(07 de abril de 2015)

Sobre o leve...

A mais vaga lembrança sua
o mais leve pensamento em você
faz o meu corpo todo disparar
estremecer. 

(03 de dezembro de 2015)

sábado, 20 de junho de 2015

Sobre a inspiração...

E sinto transpassar no tempo...
o que nome não sei dar,
mas sei que é do bem.
Sei também que jamais vou esquecer.
E se longe estiver  
se não precisar te ver
com outro alguém,
acho bonito isso de não te esquecer
e lembrar do que vivi e senti,
fiz e quis.
Mesmo porque tive a glória do eterno
prazer.
Afinal, o que é bom é atemporal
Pode ser eterno nuns instantes
ou enquanto durar
a inspiração.

(19 de junho de 2015)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Sobre o rascunho...

Lembro-me agora de uma flor que brotara viva e rosa em meio a uns destroços no quintal da minha casa... Aquela flor nascida e crescida dentre aquelas pedras me fez enxergar como a essência é forte. Como o que nutre é forte. Como a essência transpassa até mesmo numa flor brotada no meio do improvável. 
A vida se mostra sempre linda para quem consegue enxergar o que de belo há no que parece feio.

(08 de dezembro de 2014)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Sobre o poema...

Faz
o que disseste que farias
em mim
escreve um poema
no meu quadril
cria
me marca.
não esquece o que
n'uma hora quiseste
me ganhaste nessa
pretensão
minha
de ser folha em branco
na mão de poeta.

(17 de junho de 2015)

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sobre a secura...

Água
preciso de água
muita
pra umedecer toda
essa secura
matar essa sede
que vem do calor
deste fogo ardente
continuamente aceso
e flamejante
torturante
consequência
do meu desejo
em você.

(15 de junho de 2015)

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sobre o interesse...

Não há gosto na Terra que tenha o meu querer viver.
Não há pessoa na Terra que dê razão ao meu viver.
Não há prazer nesta Terra capaz de me fazer dizer:
"Eu gosto e quero viver!"
Vou vivendo, tentando achar sabor nas coisas
porque não há nada tão interessante assim.
Pouca gente interessante.
Nenhuma novidade.
Não há nada interessante aqui, salvo a natureza.
Mas somos seres sociais, então...

O que me prende aqui
nem é daqui.

(29 de maio de 2015)

sábado, 23 de maio de 2015

Sobre o nada a ver...

Fora dispensado, talvez
e sobre mim dispensou toda mágoa
que em seu coração se alojara.

Tudo o que talvez sofrera
Justo a mim quis causar
A mim, só porque eu estava lá.

Todo rancor que em si absorvera
sobre mim quis derramar
Me punir, desdenhar...

Justo a mim que não tinha parte
alguma
no seu passado, sua história...

Vingar-se da vida em um vivente
inocente
isso na vida é recorrente
só me pergunto por quê.

(21 de maio de 2015)

Sobre a história...

Vindo de uma história linda
que inda [re]sentida pode ser
Impedindo o acontecer
De uma nova história
que tão bela ou mais pode ser.

(23 de maio de 2015)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Sobre as lembranças...

As lembranças vão se desprendendo...
E percebendo, por vezes, vamos tentando
pegá-las, trazendo-as de volta ao peito

Mas elas dão partida todas de uma vez 
e escapam das mãos que não são capazes
de detê-las.

E com um suspiro resignado
só o que resta é deixá-las irem
percorrer o vago caminho do esquecimento

até perderem o sentido
e os sentidos as perderem de vista.

(11 de maio de 2015)

sábado, 2 de maio de 2015

Sobre o desencanto...

O encanto se desfez.
Demorou.
[In]surpreendente foi o choro
Que não rolou.

(02 de maio de 2015)

Sobre a passagem...

Quando há paixão
Tudo passa
Sob a visão turva, embaçada
Embelezada.

Passa defeitos, maus trejeitos
Passa tudo que não for bom e bonito.

Mas quando é a paixão que passa
Nada mais passa
Tudo se vê, se enxerga.

Não há mais cortina de ilusão
Há apenas a visão crua
Daquilo que você escolherá
Querer ou não querer olhar, e deixar passar.

Para continuar e amar.

(01 de maio de 2015)

Sobre falar com você...

Falar com você é atemporal
Não tem todo dia
Não tem todo instante
Tem apenas falar com você
Independente de quando
Ou quanto
Nunca é de mais
Demais mesmo só parece ser
O tempo em silêncio.

(28 de abril de 2015)

sábado, 25 de abril de 2015

Sobre o sorriso...

Das coisas que me tem acontecido
Este sorriso que se abre no meu rosto
A cada vez que penso em você
É o melhor.

(23 de abril de 2015)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sobre o céu...

Tenho visto o céu
uma beleza
perplexante:
Azul e seus tons...
Rosa e lilás...
Estrelas e planetas...
Luz brilhante da Lua Cheia...

Parece o prenúncio
do fim.
Visão
dos últimos dias meus.

(10 de abril de 2015)

terça-feira, 7 de abril de 2015

Sobre aproveitar...

Percebo estes últimos dias
E sinto que estão tão lindos...
Temos tão pouco tempo
Aproveitemos!


(07 de abril de 2015)

sábado, 4 de abril de 2015

Sobre o que interessa...

Quem se interessa pelo comum?
O simples é admirável, 

não o comum.

Sobre reconhecer...

Só quem [re]conhece o que a alienação 
de uma paixão pode causar, 
entende as loucuras 
que se faz por tanto 
de alguém gostar...

Sobre a menina...

Anseio pelo dia em que vomitarei 
a menina de dentro de mim,
e serei mais mulher.


Transmutar-se dói.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Sobre a alegria...

Felicidade não é alegria.
Paz não é alegria.
Alegria é um estado.
Paz é ter.
E felicidade é ser.

domingo, 29 de março de 2015

SobreVivendo

Às vezes, a vida é essa fração de segundo
que arranca um suspiro e
faz cair uma lágrima
em face da beleza
que é estar

a viver
SobreVivendo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre a resposta...

Ontem dormi incógnita
Hoje acordei resposta:
Acredito em amor e destino.
E eis o motivo
De tudo que não vivo
Por idealizar demais.


(26 de março de 2015)

Sobre o profundo...

Coragem mesmo é querer profundar
Quando a maioria quer superficializar
Julgando profundo ser
o mergulho naquilo que é superficial.

Se as profundezas quiserem tragar:
Imersão.
Se as profundezas quiserem destruir:
Emergir.

Quanto tempo temos?
A vida é curta para se viver com boia.
Mergulhar no sentir, e sentir o viver.
E viver tudo o que há pra sentir.

Sobre a mentira...

O baixo da mentira 
é que sobre ela
podem ser construídas verdades,
cujo concreto, nem se sabe,
é pura ilusão.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sobre o ver...

Vejo coisas bonitas em você
porque estas coisas
que na verdade
existem em mim
se projetam em você
que é quem eu quero. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre a certeza...

Se certeza existe 
Eu a tenho quando penso
No meu desejo
De ficar com você
De estar com você
De grudar em você.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sobre o desabafo...

Escrevo como quem confidencia a Deus
Em segredo o que se passa em minha mente
O que aflige o meu coração.

Se ninguém parece me entender
Se todos tentam rotular o meu ser
Tentando enquadrar meus sentimentos
na estreita percepção que têm de mim,
Sinto-me sozinha.

Sozinha. Sozinha.
Minha solidão parece ecoar
E ainda mais me desesperar.

Sei que Deus me ouve e entende.
Só ele.
Mas insiste em me ignorar.

Se eu já não tenho forças
Se eu já não consigo evitar que esse coração acelere,e me aperreie sem parar.
Pulsa e machuca, porque me faz lembrar que estou só.
Só no sentimento,só neste círculo aberto,só na incompreensão.

Se não é Deus quem vai fazer meu coração ser feliz,
Quem será?
Se não é para prender, quero me libertar.