segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Sobre o desejo de dar...

Quando me apaixonei, perdi a cabeça,
deu branco
no antes, durante e depois de o encontrar.
Era um desejo de força nova, nervoso,
mas gostoso.

Julgaram que toda aquela euforia era porque eu queria dar,
e que eu encontraria outro alguém pra isso, melhor até.
Eu não entendia, e eu não tinha jeito.
Às vezes, a gente se perde em meio a novidade.
Não soube lidar.

Mas era verdade que eu queria dar!
Dar tudo: corpo, alma e coração.
Dar o amor, o carinho, o cuidado e a proteção.
Dar tudo, enfim, que antes eu não tinha tido o desejo, 
assim quente e latejante, de dar a alguém.

Que esse desejo viva sempre
e como um rio, possa um dia, encontrar seu mar. 

[28 de dezembro de 2015]

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