sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sobre o interesse...

Não há gosto na Terra que tenha o meu querer viver.
Não há pessoa na Terra que dê razão ao meu viver.
Não há prazer nesta Terra capaz de me fazer dizer:
"Eu gosto e quero viver!"
Vou vivendo, tentando achar sabor nas coisas
porque não há nada tão interessante assim.
Pouca gente interessante.
Nenhuma novidade.
Não há nada interessante aqui, salvo a natureza.
Mas somos seres sociais, então...

O que me prende aqui
nem é daqui.

(29 de maio de 2015)

sábado, 23 de maio de 2015

Sobre o nada a ver...

Fora dispensado, talvez
e sobre mim dispensou toda mágoa
que em seu coração se alojara.

Tudo o que talvez sofrera
Justo a mim quis causar
A mim, só porque eu estava lá.

Todo rancor que em si absorvera
sobre mim quis derramar
Me punir, desdenhar...

Justo a mim que não tinha parte
alguma
no seu passado, sua história...

Vingar-se da vida em um vivente
inocente
isso na vida é recorrente
só me pergunto por quê.

(21 de maio de 2015)

Sobre a história...

Vindo de uma história linda
que inda [re]sentida pode ser
Impedindo o acontecer
De uma nova história
que tão bela ou mais pode ser.

(23 de maio de 2015)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Sobre as lembranças...

As lembranças vão se desprendendo...
E percebendo, por vezes, vamos tentando
pegá-las, trazendo-as de volta ao peito

Mas elas dão partida todas de uma vez 
e escapam das mãos que não são capazes
de detê-las.

E com um suspiro resignado
só o que resta é deixá-las irem
percorrer o vago caminho do esquecimento

até perderem o sentido
e os sentidos as perderem de vista.

(11 de maio de 2015)

sábado, 2 de maio de 2015

Sobre o desencanto...

O encanto se desfez.
Demorou.
[In]surpreendente foi o choro
Que não rolou.

(02 de maio de 2015)

Sobre a passagem...

Quando há paixão
Tudo passa
Sob a visão turva, embaçada
Embelezada.

Passa defeitos, maus trejeitos
Passa tudo que não for bom e bonito.

Mas quando é a paixão que passa
Nada mais passa
Tudo se vê, se enxerga.

Não há mais cortina de ilusão
Há apenas a visão crua
Daquilo que você escolherá
Querer ou não querer olhar, e deixar passar.

Para continuar e amar.

(01 de maio de 2015)

Sobre falar com você...

Falar com você é atemporal
Não tem todo dia
Não tem todo instante
Tem apenas falar com você
Independente de quando
Ou quanto
Nunca é de mais
Demais mesmo só parece ser
O tempo em silêncio.

(28 de abril de 2015)