quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Sobre as vidas que se encostam...

Numa despretensão, foi que houve a abertura de um caminho
que, um dia, iria encostar as nossas vidas.
Nada parecia assim tão instigante
até à prova da tua boca, da tua pele, do teu suor...

Mas o caminho se refez,
e as nossas vidas se desencostaram.

O tempo tem passado, e nesse passar só ouço o silêncio
a gritar a distância que tem crescido entre nós.
Mas não te esqueço: te vejo quando me olho no espelho,
sinto o teu cheiro, quando eu sinto o meu.

Não deixo de te desejar a todo instante e sempre,
quando fecho os olhos posso reviver
tudo que vivi contigo:
o peso, o calor, o sabor, o sal, a carne, o tremor...

E assim como na hora olhei pro alto e pensei
"Meu Deus! Eu gostaria para sempre!",
me surpreendendo com a força dos meus pensamentos,
e desejos todos em você,
e penso "Meu Deus! O que é isso?"

Vez ou outra,
penso em redirecionar meus passos,
para fazê-los me levar até você,
mas entristeço de vergonha,
e me abstenho da ideia de encontrá-lo.
Se for de ser, um dia, um caminho há de fazer
nossas vidas se encostarem, outra vez.

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